domingo, 28 de setembro de 2014

Sobre defeitos – meus e seus

Levei dois segundos pra pensar que é bom não ter notícias suas, que minha vida ta linda e que mais um mês e tudo que vivemos não vai significar nada além de uma experiência que chegou, ficou e passou. Treze minutos depois eu morri por dois segundos dentro de mim com aquela sensação dolorosa que fica depois do pico de adrenalina e passa aos poucos corroendo o corpo e enchendo a mente de murmúrios. Lembrei de quando você falou que não é fácil abandonar tudo em prol de um nada que pode ter muito mais a oferecer que nossas promessas cheias de quereres, mas vazias de mudança. Que às vezes você ta bem, mas que em outras escolhe sentir e viver sua tristeza. Ainda estou me acostumando com a minha companhia e com a falta de tanta coisa que nem vale a pena enumerar, mas independente disso tudo já vi que eu vou me dar muito trabalho. Percebi que nessa de não saber ser sozinha eu nunca me dei a chance de conhecer meus medos a partir da perspectiva de quem olha de fora e que uma coisa chamada "alter ego" nunca foi tão fácil e simples de compreender como quando eu me peguei tendo que me tirar do abismo de frustrações onde me joguei e com que me cobri. Me falaram que eu sou forte, que no meu lugar ainda estariam trancados no quarto, até hoje e por mais uns seis meses. Tolinhos. Quem disse que não estou? Saio de casa pra me dar um descanso, ou viveria de dois em dois segundos alimentando uma bipolaridade nunca antes tão bem cultivada. É uma questão de escolha, não é mesmo? 
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Larguei tudo pra lá e vou começar do zero (agora já sei como fazer isso). Não significa que mudei de opinião, mas o fim das coisas não é tao simples pra mim, nem com textos, nem com pessoas. Passei dias olhando pro jeito como eu falo de tudo que aconteceu sem saber onde e com o quê dar um ponto final. Talvez essa seja a questão, não saber a hora de parar, ou então é só minha mente que trabalha com isso de se acostumar com o que tenho, de funcionar na inércia. Sim, sou um poço de apego e por que não ser? Hoje tive que me apegar ao passado quando me pediram pra listar cinco defeitos seus e eu parei no dois sem saber mais o que inventar. Vi que, na verdade, você não merece uma descrição tão ruim – achei seu maior defeito.

"E tanto faz
De tudo o que ficou guardo um retrato teu
E a saudade mais bonita"

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