sábado, 18 de outubro de 2014

(In/sub)consciente


Meu subconsciente me traiu e eu sonhei com você. Um sonho real, possível. Ironia ou não, nele a gente também estava afastado, mas a vontade de estar perto nos fazia querer aproveitar qualquer brechinha de tempo em que ninguém estava olhando pra se abraçar, conversar e repetir de novo tudo aquilo que a gente já sabe sobre sermos felizes juntos, talvez, mas no real não ter jeito. Até em sonho você salvava a pátria no final com um gesto bobo, mas que me fazia te admirar. Dessa vez você acendia o sistema de churrasqueira de uma casa pra ajudar a mim e mais duas pessoas com um par de bêbados que tinha acabado de entrar. É louco, é sonho, não é pra ter sentido. Mas fez todo sentido quando eu estava na cozinha da casa te espiando pelo reflexo dos azulejos verdes da parede e você me espiando do mesmo jeito do seu lugar e sabendo que eu te olhava. E aí você me pediu água, pretexto bobo pra, um minuto depois, estar sozinho na cozinha comigo. Não aconteceu nada, a gente, de novo, só aproveitou a situação pra se olhar, sem nem chegar a trocar uma palavra, mas os dois sabendo o que o outro queria dizer. Acordei com seu nome na minha cabeça. Experimentei os dois modos possíveis de te ter perto de mim (o voluntário e o involuntário) e estou tentando descobrir se é mais esquisito pensar em nós daqui ou quando passo por onde você pode estar e torço  em vão  pra estar lá e a gente se esbarrar por acaso. De qualquer jeito, te descobri morando na parte do meu consciente que eu não controlo. E tomara que eu não consiga te tirar dali, nem por querer, nem sem querer. Por mais estranho que seja, é sempre bom ser surpreendida por você.

(julho/2014)

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